Ironia!
Acabei de assistir, dessa vez na íntegra e analiticamente, Laranja Mecânica. E agora penso sobre a ironia.
Ninguém pode tirar o mérito de Stanley Kubrick, e muito menos a liberdade de um diretor sobre o roteiro que ele possui. Mas a brincadeirinha de cortar o final original da obra não começou com o filme - e, como eu disse, mesmo que tivesse começado por lá, é direito do diretor.
O problema é que a edição americana de Laranja Mecânica (provavelmente a versão que Stanley usou) cortou o último capítulo pra "manter a coerência". Batendo prolixamente na mesma tecla: filme é do diretor, F-I-L-M-E. Mas o LIVRO não. No final das contas, uma obra que fala, entre várias coisas, de liberdade de escolha é podada. Ou seja, o leitor não tem direito de escolher o melhor final. Que ironia, não? Antony Burgess deve estar se revirando no túmulo.
2 comentários:
*finalmente entende os motivos q levam os minutos finais a tela de apresentação*
Odeio quando os filmes não condizem com os livros. Sempre que eu leio o livro antes, acabo não gostando do filme. O único que o filme é tão bom quanto o livro (tirando o fato de que ler é mais prazeroso) é O Senhor dos Anéis. (L)
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