Verdade se prova através do sangue?
O Catolicismo não pode se vangloriar por não ter criado fundamentalismos tão dementes quanto aqueles que ele critica. Um católico “puro” é uma espécie de homem-bomba em potencial, disposto a abrir mão da própria felicidade em nome dum ideal de martirização. (A diferença, talvez, esteja no fato de que um homem bomba ao menos abre mão de seu sofrimento em nome de um objetivo unanimemente certo entre os seus companheiros, mas o católico não, mesmo quando ele se sacrifica ainda há sombra de dúvida entre inferno e purgatório...)
Ontem, andei dando uma espiada em alguns saites católicos e acabei encontrando um depoimento terrível de um garoto de apenas catorze anos que havia se recusado a negar sua religião.
(...) Se você quiser ser um verdadeiro homem procure ler alguns relatos de mártires, aliás, mando para você um link de um belo relato de um menino de 14 anos que foi morto no México, depois de ter sido brutalmente torturado, por não querer renegar a religião. Só para você ter uma idéia: cortaram-lhe as plantas dos pés e fizeram-no andar pela cidade até o cemitério, durante o caminho ele apanhava, fizeram-lhe cavar o lugar em que seria enterrado e ele não desistiu de ser católico. Claro, você pode achar melhor comer direitinho e dançar ballet, mas isso não são coisas para homens de verdade.
Aqui.
Belo relato!?
É terrível, estúpido, ridículo, mas o catolicismo acha lindo. Qual seria o problema do garoto negar sua religião? Negar sua religião com palavras é o mesmo que deixar de acreditar nela? Se for para defender minha vida e minha felicidade, sinceramente, eu posso até negar que dois mais dois são quatro. No fim das contas, são só palavras. Mais importante é que eu sei que 2+2=4, e se os outros não acreditam pouco importa, um dia eles acreditarão (ou não). Pouco importa.
(Além do mais esse desejo de afirmação só mostra a desconfiança dele em relação à própria religião. Sinceramente, se alguém me mandasse negar que dois mais dois são quatro, eu iria rir, negar, e levar tudo na brincadeira.)
Talvez pareça uma simplificação brutal das coisas: Existem casos, lógico, em que a pessoa é praticamente impossibilitada de alcançar prazer e deve lutar por isso, caso contrário, as coisas, igualmente, deixam de fazer sentido.
Mas se a idolatria à “martirização” continuar assim só haverão mártires no mundo: O mártir que resolveu sacrificar sua vida em nome dum mártir do mártir de Jesus Cristo. E todos perdem. Se já existem muitas pessoas sofrendo no mundo, e se o bem-estar coletivo não passa de uma soma de alegrias individuais de que adianta sofrer gratuitamente?
Pobre garoto.
No fim, a racionalidade de Nietzsche vence:
— Os mártires, diga-se de passagem, foram uma grande desgraça na história: seduziram... A conclusão a que todos idiotas, mulheres e plebeus chegam é que deve haver algum valor em uma causa pela qual alguém afronta a morte (ou que, como o cristianismo primitivo, engendra uma epidemia de gente à procura da morte)
(...)
Os mártires danificaram a verdade... Mesmo hoje, basta uma certa dose de crueldade na perseguição para proporcionar uma honrável reputação ao mais vazio tipo de sectarismo. — Como? O valor de uma causa é alterado pelo fato alguém ter se sacrificado por ela?
O Anticristo.
5 comentários:
acho que pela primeira vez eu venho comentar aqui. e logo para criticar.
mas você está mexendo é com ideologia das pessoas. com aquilo que elas acham importante. quando você luta por algo, aquilo passa a ser mais forte que a sua própria vida. acho demais sim para um garoto de catorze anos, mas abra os horizontes e pense pelos dois lados. quando se crê veemente em algo, você fica burro. e ai sim, eu concordo com seu texto.
rs cara acho que você vai ficar meio puto rsrsrs mas o que que a historia do menino tem haver com catolicismo? ele podia ser judeu, protestante, muçulmano, o fato dele não negar a religião dele não tem nada haver com catolicismo, eu não estou fazendo apologia ao catolicismo, mas o problema do garoto podia ser varios, como falta de senso, retardamento, desorientação, falta de amor própio, mas definitivamente não a religião, não existe nenhum ensinamento catolico que fale que você não pode negar sua religião.
Respondendo aos dois: É, eu usei o Catolicismo como um exemplo! Até porquê não encontrei uma história sobre protestantes, mulçumanos ou sei lá o quê, e sim sobre Católicos.
Mas eu critiquei o fato da religião e dos grupos (que geramente defendem causas que não podem ser comprovadas, rs) usarem mártires para sensibilizar as massas. A religião não prega diretamente na Bíblia, mas, aplaudindo isto de pé não é como se ela pregasse? (cliquem no link!)
E eu acho sim que uma pessoa que toma para si a causa dos outros buscando a morte para defendê-la acaba saindo como burra. E se o povo não quer que lutem por ele?
Houveram mártires importantes na história, sim. Mas hoje este tipo de prática não passa de uma estupidez, com toda a sinceridade que me é possível falar (salvo a exceção que eu citei no texto).
Evangélicos de merda!!!Vocês não vão aprender nunca!Não conhecem o catolicismo e tecem comentários idiotas a respeito!!!!
Eu não sou evangélico. ;)
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