Humor popular

Eu finjo que gosto de humor fino e essas coisas, mas na verdade eu tô me segurando pra não alugar Jackass e comprar alguns CDs do Jeito Moleque pra dar umas boas gargalhadas do humor escrachado que essa vida nos dá.

Eu sempre admirei essa coisa de humor escrachado mas sempre tentei fazer humor fino. E dizer isso não é pretensão nenhuma, todos sabemos que a diferença entre os gracejos finos e as chacotas populares são, basicamente, a maneira que o leitor/espectador se porta ante a piada.

Pra traduzir: a diferença tá no riso.

Sabe aquela risadinha besta, de canto de boca, que as pessoas internéticas resolveram batizar de rs? Pois é. Essa é a maneira mais fina de se rir. Rs, dá até pra ver a princesa da Prússia segurando uma xícara de chá com três dedinhos voltados pra cima. Enquanto isso, os macacos adestrados Bobos-da-Corte divertem-na com humor cheio de finesse:

- Oras? Mas não é que os confins Dostoiévskianos não acabaram em castigo?
- Rs.

Agora, sabe aquela risada do tipo exagerada, imensa e maiúscula? Pois é, fruto de pilhérias populares.

Imagine um barzinho antigo, cheio de azulejos azuis e uma atendente gorda. O velho que estava jogando dominó resolve levantar e contar uma piada, aí o pessoal do pagode, aquele que tava tocando uma música nova do Jeito Moleque, resolve parar pra ouvir o velhote:

- ...Aí ela virou e disse pra ele que ele tinha cabeça de cu! DE CU!
- HAHAHAAHDHSDKJHAKJSDA.

Ah, humor popular comanda! Ele e suas diversas maneiras de empregar palavras como cu.